quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Filhos de Inácio
O grupo paulistano nasceu em 2007, a partir do encontro de dois amigos que amam o rock, na rua Inácio Pereira da Rocha (Vila Madalena, bairro de São Paulo), daí o nome da banda. Formado por Lucas Marchi, “o Barnabé”, vocal, Flávio Ticher (o Bugaloo, vocalista), Chris Borges (o Canalha, guitarrista), Dalmo Carpara (o Alemão, baixista) e Ricardo Haddad (baterista), o grupo faz um som entre a atitude punk e a potência do metal.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Rock nacional revelado em K7
Quatrocentas fitas que contam a história esquecida do BRock são masterizadas e poderão ser ouvidas de graça na web
por Lucas Simões
Em algum ano perdido no fim da década de 1980, o hoje badalado produtor
Kassin, ao lado de Formigão, baixista do Planet Hemp, e Bacalhau,
baterista do Autoramas, ligaram um tape deck na sala de casa para gravar
uma fita cassete despretensiosa. O motivo? Tentar tocar no Festival
Super Demo, que rodou por Brasília, Belo Horizonte e São Paulo nos anos
90. “Formamos a banda Alcaselcer, que levava o nome de uma marca de sal
de fruta da época (Alka-Seltzer), só para o festival. Fizemos a capa da
fita em um papel de pão pardo, colamos com durex e mandamos por correio.
Gravamos todos os instrumentos juntos com um microfone só, mas nunca
fizemos o show. Só que esse espírito do ‘faça você mesmo’ borbulhava na
época, era a saída para as bandas alternativas”, lembra Bacalhau.
Baseado na nostalgia de fitas K7 que formaram uma geração inteira entre
1980 e o início dos anos 2000 – resistindo até hoje com alguns
lançamentos de bandas novas –, o músico Gabriel Thomaz, guitarrista do
Autoramas, resolveu digitalizar um arquivo pessoal de 400 fitas K7 de
diversas bandas esquecidas no país, mas que lotaram casas de shows e até
grandes ginásios há mais de 20 anos. Além disso, o trabalho que deve
ser lançado para audição gratuita na internet até o fim do ano, reúne
pérolas remasterizadas do início da carreira de Los Hermanos, Planet
Hemp, Raimundos, Eddie, Pitty, Mundo Livre S/A e muitos outros.
Baratas Tontas. O trio mineiro de rockabilly lotou shows em Belo
Horizonte, mas nunca gravou CD. Na K7, dizem que “tudo isso é dedicado a
José Mojica Marins”, o Zé do Caixão
Em tempos de informações cada vez mais robustas divulgadas
gratuitamente na rede, Gabriel Thomaz percebeu que a memória de
importantes bandas de rock nacionais pareciam cair no limbo até mesmo
para o Google. “Um dia, por volta de 2003, eu comecei a procurar na
internet por algumas bandas como Pão com Ovo, OZ, Pinheads, e não tinha
absolutamente nada sobre essas bandas no Google. Nada. Aí eu pensei:
essa geração não foi feita nem em cassete nem em vinil e vai acabar
apagada. Não vou deixar isso acontecer”, diz.
Por isso, o músico vai disponibilizar gratuitamente em uma plataforma
de streaming uma coletânea de fitas K7 digitalizadas de mais de cem
bandas nacionais para audição. A novidade vai estar no ar junto com o
lançamento do livro “Magnéticos 90” (Edições Ideal) – previsto para sair
até março do ano que vem. A publicação é a primeira do país a contar em
detalhes as histórias de bandas como a Little Quail & The Mad
Birds, do próprio Gabriel Thomaz, que gravou o primeiro disco, “Lírou
Quêiol en de Méd Bârds” (1993) por causa de uma fita demo.
“No livro eu traço um perfil de cada banda, conto casos sobre fitas e
exponho a importância delas para o cenário do rock. A banda Oz lotou um
ginásio em Brasília certa vez. Em Belo Horizonte, os Baratas Tontas
faziam todo mundo cantar em coro a música que dizia ‘aquele tênis preto
amarrado na canela’”, diz.
Pitty. De 1996, a demo da extinta Inkoma traz a cantora baiana com voz de adolescente, gritando repertório pesado de hardcore
O produtor carioca Rodrigo Lariú, dono do selo independente Midsummer
Madness, conta que lançou mais de 70 bandas em cassete desde 1994, e que
as fitas demo mudaram a forma como as gravadoras selecionaram seus
artistas. “Fazer uma fita K7 custava até 15 vezes menos do que um LP,
que só era prensado no Rio e em São Paulo e exigia tiragem mínima de mil
cópias. Depois que inúmeras bandas desconhecidas fizeram suas fitas, o
negócio explodiu. Até quase nos anos 2000, mesmo com o CD na ativa,
bandas famosas hoje preferiram as fitas para divulgar as primeiras
músicas. Os Los Hermanos gravaram ‘Azedume’ numa fita de 1998, os
Raimundos cantaram numa K7 de 1993 o sucesso ‘Nêga Jurema’ antes da
fama”, diz.
PROCESSO. Das 400 fitas do
acervo de Gabriel Thomaz, saíram cerca de mil músicas de mais de cem
bandas diferentes. Todo o processo de digitalização foi realizado pelo
companheiro de banda no Autoramas, o baterista Bacalhau. O músico usou
um tape deck Gradiente para transformar as músicas das K7s para formato
digital (wav), e todas as canções foram masterizadas no Estúdio
Superfuzz, no Rio de Janeiro. “Meu maior trabalho foi equalizar o som de
fitas de materiais diferentes como metal, ferro, plástico, que muda
muito o som. Além de ter que limpar o cabeçote do tape deck a cada duas
fitas gravadas, porque elas estavam sujas demais”, diz.
Entre algumas pérolas garimpadas por Gabriel Thomaz e Bacalhau, está a
canção “Zerovinteum”, do Planet Hemp (“a qualidade da gravação é
horrível e é bem diferente da original”), uma versão remasterizada de
“Sábado de Sol”, gravada originalmente pelos cariocas do Baba Cósmica em
1995, antes da versão mais famosa dos Mamonas Assassinas, além de uma
fita demo de uma das primeiras bandas do guitarrista do Pato Fu, John
Ulhoa, a nervosa Sexo Explícito, de 1982. “O legal é ver a relação de
mainstream e independente lado a lado. O K7 formou bandas e um jeito de
ouvir música. Existe uma história do rock que só se pode ser conhecida
ouvindo as fitas K7”, diz Gabriel Thomaz.
Em tempos de informações cada vez mais robustas divulgadas gratuitamente na rede, Gabriel Thomaz percebeu que a memória de importantes bandas de rock nacionais pareciam cair no limbo até mesmo para o Google. “Um dia, por volta de 2003, eu comecei a procurar na internet por algumas bandas como Pão com Ovo, OZ, Pinheads, e não tinha absolutamente nada sobre essas bandas no Google. Nada. Aí eu pensei: essa geração não foi feita nem em cassete nem em vinil e vai acabar apagada. Não vou deixar isso acontecer”, diz.
O produtor carioca Rodrigo Lariú, dono do selo independente Midsummer Madness, conta que lançou mais de 70 bandas em cassete desde 1994, e que as fitas demo mudaram a forma como as gravadoras selecionaram seus artistas. “Fazer uma fita K7 custava até 15 vezes menos do que um LP, que só era prensado no Rio e em São Paulo e exigia tiragem mínima de mil cópias. Depois que inúmeras bandas desconhecidas fizeram suas fitas, o negócio explodiu. Até quase nos anos 2000, mesmo com o CD na ativa, bandas famosas hoje preferiram as fitas para divulgar as primeiras músicas. Os Los Hermanos gravaram ‘Azedume’ numa fita de 1998, os Raimundos cantaram numa K7 de 1993 o sucesso ‘Nêga Jurema’ antes da fama”, diz.
Entre algumas pérolas garimpadas por Gabriel Thomaz e Bacalhau, está a canção “Zerovinteum”, do Planet Hemp (“a qualidade da gravação é horrível e é bem diferente da original”), uma versão remasterizada de “Sábado de Sol”, gravada originalmente pelos cariocas do Baba Cósmica em 1995, antes da versão mais famosa dos Mamonas Assassinas, além de uma fita demo de uma das primeiras bandas do guitarrista do Pato Fu, John Ulhoa, a nervosa Sexo Explícito, de 1982. “O legal é ver a relação de mainstream e independente lado a lado. O K7 formou bandas e um jeito de ouvir música. Existe uma história do rock que só se pode ser conhecida ouvindo as fitas K7”, diz Gabriel Thomaz.
Pitty lança o clip de “Serpente”
Pitty lançou nesta segunda-feira, 10, clipe da faixa “Serpente”, do disco mais recente da cantora, intitulado "SETEVIDAS". O vídeo foi dirigido por Charly Coombes, ex-tecladista do Supergrass.
Em “Serpente”, Pitty faz parte de uma seita e realiza um ritual em volta de uma fogueira. Os outros integrantes são interpretados por Martin
Mendonça (guitarra), Duda Machado (bateria), Gui Almeida (baixo) e Paulo Kishimoto (teclado).
O clipe, que foi filmado em duas locações diferentes em São Paulo, tem o objetivo de transmitir ideias sobre “mutação e transformação passadas”.
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