Alguém se lembra de um longa-metragem brasileiro de ficção que mencione em um diálogo a banda Joy Division? E cujos personagens falem também de Lô Borges, John Lennon, Bob Dylan e Sid Vicious? Ecléticas, essas referências ajudam a compor o cenário jovem de Brasília na virada dos anos 1970 para os 1980, quando Renato dava início ali à sua carreira musical, primeiro com a banda punk Aborto Elétrico, depois como o Trovador Solitário e, finalmente, com a Legião Urbana.
Somos tão Jovens recria o Renato dos 18 aos 22 anos, mais
ou menos. Com isso, apresenta uma versão alto astral de sua trajetória,
sublinhando as descobertas, mas sem esconder as dores. Ele apronta? Sim.
Irrita os amigos? Muitas vezes. O personagem do filme tem uma
personalidade difícil, é verdade, mas não dá trabalho perdoá-lo,
sobretudo quando ele pede desculpas escrevendo cartas ou compondo
canções. É uma figura doce, ainda que de vez em quando fique azeda.
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