segunda-feira, 13 de maio de 2013

De Joy Division à Lô Borges

Alguém se lembra de um longa-metragem brasileiro de ficção que mencione em um diálogo a banda Joy Division? E cujos personagens falem também de Lô Borges, John Lennon, Bob Dylan e Sid Vicious? Ecléticas, essas referências ajudam a compor o cenário jovem de Brasília na virada dos anos 1970 para os 1980, quando Renato dava início ali à sua carreira musical, primeiro com a banda punk Aborto Elétrico, depois como o Trovador Solitário e, finalmente, com a Legião Urbana.








Somos tão Jovens recria o Renato dos 18 aos 22 anos, mais ou menos. Com isso, apresenta uma versão alto astral de sua trajetória, sublinhando as descobertas, mas sem esconder as dores. Ele apronta? Sim. Irrita os amigos? Muitas vezes. O personagem do filme tem uma personalidade difícil, é verdade, mas não dá trabalho perdoá-lo, sobretudo quando ele pede desculpas escrevendo cartas ou compondo canções. É uma figura doce, ainda que de vez em quando fique azeda.
 
O diretor Antonio Carlos Fontoura e o roteirista Marcos Bernstein (que escreveu Central do Brasil e Faroeste caboclo) optam por um tratamento linear e conservador daqueles anos agitados. O resultado é um filme palatável e atraente, com muita música, para o grande público — que, no Brasil, assiste mais à TV do que vai ao cinema. Esse espectador entenderá que o filme foi feito para ele e estará disposto a sair do sofá para conferir? Ou curtir no Facebook terá sido o suficiente para defender a causa?

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