quinta-feira, 2 de maio de 2013

Manifesto do Nada na Terra do Nunca


 
 







 
"Quando aparece um ofendido que se acha no direito de vir me inquirindo com aquela famosa pergunta: "Quem é você?", eu respondo: Eu sou O NADA, drogado, decadente, matricida, epilético, reacionário, roqueiro. E como NADA eu vou contar para vocês a história da Terra do Nunca, o Brasil-Peter Pan que se recusa a crescer.
Lobão leva o leitor a pensar por conta própria e prova ser possível - e necessário - divergir com elegância. É, como ele mesmo diz, "chumbo grosso envolto em nuvens de veludo". Do seu ponto de vista original, Lobão traça uma jornada tragicômica pela estética e a política do Brasil contemporâneo.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com tiragem de 40 mil exemplares -- o anterior saiu com 10 mil--, o livro traz duras críticas a figuras dos meios artístico e político do país.
Para a feitura do livro, que demorou sete meses, o compositor diz ter lido mais de 60 obras --de Slavoj Zizek a Olavo de Carvalho e "tudo sobre a Semana de Arte de 1922"-- para sustentar argumentos.
Em "Manifesto do Nada na Terra do Nunca", Lobão defende que as ideias propostas na Semana de 1922 acabaram por moldar todo o pensamento cultural brasileiro até os dias de hoje, influenciando movimentos posteriores, como o cinema novo, o concretismo e a tropicália.
Ele argumenta que a antropofagia, base da Semana de 22, que defendia uma arte brasileira que bebesse das vanguardas estrangeiras, não passava de mero nacionalismo.
Ao longo de quase 300 páginas, quase ninguém escapa da mira de Lobão.
A presidente Dilma Rousseff é chamada de "torturadora" --em capítulo cujo título é "Vamos Assassinar a Presidenta da República?"--, Roberto Carlos, de "múmia deprimida" e os Racionais MCs, de "braço armado do PT".
Além disso, ele explica sua briga com os organizadores do festival Lollapalooza, no ano passado, quando desistiu de se apresentar por ter se considerado subestimado.
Lobão diz que sua apresentação na Virada Cultural, em maio, será um termômetro da reação do público. "Quando escrevia o livro, tive medo de ser 'simonalizado' [referência a Wilson Simonal], tachado de reacionário. Vamos ver se terei espaço para trabalhar."
 
(Folha de S.Paulo)
 
Dia 18 de maio, Lobão abre o Palco do Rock da Virada Cultural que será montado na Avenida São João.

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