sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Lobão volta com disco de inéditas e diz: ‘Todo roqueiro é conservador’


Primeiro álbum depois de uma década refaz conexão com o rock dos anos 1970


RIO - Ex-Lobão. Ex-cantor. Cantor de uma música só. Estes foram alguns dos epítetos que João Luiz Woerdenbag Filho, 58, viu associados a sua pessoa nos últimos anos, ao longo dos quais passou a dividir a atividade musical com a de bem-sucedido escritor de livros (a autobiografia “Lobão — 50 anos a mil”, de 2010, vendeu 80 mil cópias, e o livro de ensaios “Manifesto do Nada na Terra do Nunca”, de 2013, 50 mil). Ataques ao establishment da música brasileira, ao PT e à presidente Dilma Rousseff o afastaram de muitos de seus colegas, mas o aproximaram de expoentes de um novo conservadorismo político. No meio do turbilhão de um país “entregue a párias intelectuais”, ele agora chega pronto para a briga com “O rigor e a misericórdia”, seu primeiro disco de inéditas em dez anos, que tem lançamento marcado para o mês que vem.


— Eu não me defendo com o meu discurso, mas com a minha obra, com a minha excelência — diz ele, após a noite de autógrafos do seu mais novo livro, “Em busca do rigor e da misericórdia: reflexões de um ermitão urbano” (editora Record), no qual relatou o processo de composição desse disco.


















FEITO EM CASA

Realizado graças a um financiamento coletivo (que recentemente recebeu o prêmio “Criatividade em crowdfunding” do Digital Music Experience), o novo álbum foi gravado sozinho, em casa, por Lobão, que cantou, tocou todos os instrumentos e ainda pesquisou todas as sonoridades.


— Esse é o disco em que eu me reconcilio com a minha verdadeira formação, os anos 1970. E principalmente com o ano de 1971 — conta ele, que reouviu os álbuns de Yes, Led Zeppelin, Humble Pie, Deep Purple e Grand Funk Railroad daquele ano antes de começar a gravar. — Até o meu último disco (de inéditas, “Canções dentro da noite escura”), eu estava muito ligado nos últimos trends, Radiohead, música eletrônica. Quando veio o punk, todo mundo enterrou os anos 1970. Hoje, só quem tem uma pálida influência sobre mim dos anos 1980 é o Elvis Costello.

Para Lobão, “todo roqueiro é conservador”.


— Você quer o som de válvula, você quer aquela guitarra de 1954, é a nostalgia da modernidade da qual eu tenho falado há um tempo. O que aconteceu na nossa época foi que, quanto melhor é o som digital, mais parecido ele é com o analógico. É uma metáfora do conservadorismo, é preciso reter valores para evoluir — elucubra. — Você vê, os países mais loucos, mais de vanguarda, são todos monarquistas. Na Inglaterra tem os Beatles, tem o Radiohead, mesmo que eles sejam contra aquilo. A vanguarda brasileira ficou parada na estética modernista de 1922. Você tem o cabelo do Arnaldo Antunes, a Adriana Varejão, os caras enfiando o dedo no cu. É tão velho você querer fazer suruba nos anos 2015!


“O rigor e a misericórdia” tem apenas quatro pessoas em sua ficha técnica: Lobão, Regina Lopes (mulher do músico, que fez a produção executiva), João Puig (sobrinho de Regina, que fez a capa e o solo de guitarra de “A esperança é a praia de um outro mar”) e Giovani Oliveira, técnico de informática que chegou à casa de Lobão para instalar a placa de som no seu computador e acabou virando técnico de gravação, além de cuidar da masterização caseira das músicas (“e está mais legal do que se tivesse sido em Abbey Road”, diz).
Quer deixar Lobão mordido, é só dizer que “O rigor e a misericórdia” é um disco político.


— Ele não é panfletário ou de protesto. É um disco de arte, rigoroso, que eu não queria que ficasse datado. Tem duas músicas que falam especificamente sobre política (“A marcha dos infames” e “A posse dos impostores”), o resto é só filosofia, sobre o universo — assegura ele, que refletiu sobre a morte do pai em “Ação fantasmagórica” e a da cunhada em “A esperança é a praia de um outro mar”. — Não sou ativista, sou só um cidadão descontente. As pessoas esquecem que eu falava mal do Sarney (“O eleito”), do Collor (“Presidente mauricinho”), eu nunca deixei de ser essa pessoa atuante, não tive um surto e virei militante. O papel mais adequado do artista é ser de oposição.


Depois de disparar contra velhos e novos desafetos da MPB nas páginas de “Em busca do rigor e da misericórdia” (Caetano, Gil, Chico, o guitarrista dos Titãs e escritor Tony Bellotto e empresária de Caetano, Paula Lavigne, por sua atuação com o grupo Procure Saber), Lobão diz que seus ídolos da música brasileira são todos “dos 1950 para lá”: o violonista Garoto e os cantores Altemar Dutra e Nelson Gonçalves. Do rock, ele só livra a cara do Cachorro Grande (“que é uma banda excepcional, mas falta muito para ter o pau na mesa”) e Roger, do Ultraje a Rigor, com quem partilha a visão conservadora na política. — Estou doido para ele voltar a escrever e fazer uma parceria comigo, o Roger é o nosso Adoniran Barbosa.
O escritor e o produtor de discos convivem em Lobão numa espécie de “simbiose e sinergia”, o sucesso de um impulsionando o outro.


— A partir do momento em que comecei a escrever livros, melhorei como pessoa, como letrista. Sou um homem maduro hoje em dia, completamente desarmado de maneirismos. Não sou mais aquele Lobão muito louco. Eu não era aquilo. Hoje eu estou com senso de proporção, de respiração, de variedade... Transformo a raiva em algo positivo. A raiva é bem-vinda na medida em que não me destrói — discursa ele, que continua a correr pelo Brasil com seu espetáculo acústico, apesar das dificuldades de conseguir datas em algumas cidades. — Todo mundo vai com os livros aos meus shows. Não tem relação mais íntima de um artista brasileiro com seu público do que a minha. O livro não me deixa calar.



Entre os planos mais imediatos de Lobão estão os de fazer dois crowdfundings: um para viabilizar a edição dupla em vinil de “O rigor e a misericórdia” (com a inclusão de “O que é a solidão em sermos nós?”, que entra no CD em uma versão em espanhol) e outro para garantir a realização de uma turnê do novo disco. Mas, apesar do triunfo pessoal de ter feito o primeiro disco em que foi totalmente fiel a si mesmo, as suas perspectivas não são as mais animadoras.



— Se eu pudesse, eu teria ido para fora do Brasil, mas o meu nicho de trabalho e meu público estão todos aqui — desabafa. — Recebo ameaças de morte, tenho que matar seis leões por dia para ter um show... Seria muito melhor morar no Uruguai ou em Portugal, em qualquer outro lugar - Chora, Lobão!

Capital Inicial - Acústico NYC

terça-feira, 24 de novembro de 2015

De Zero a NX Zero: O que aconteceu com o rock nacional?

por Paulo Faria


Navegando pelo site de vídeos Youtube, fui surpreendido pela seguinte frase: “Um NX na frente do Zero ferrou com o rock nacional”. A frase em questão, num misto de sarcasmo e decepção, foi discorrida por um usuário daquele site referindo-se à clássica canção Quimeras da banda dos anos 80 Zero, contrapondo-se à banda dos anos 2000, Nx Zero.


















(Banda Zero)


A comparação feita por esse usuário não apenas sintetizou em seu comentário seu descontentamento pelos descaminhos da música brasileira, como também refletiu de forma irônica a insatisfação de muitos a respeito do rock produzido no Brasil ultimamente.

Há quem diga que nos últimos 30 anos o rock brasileiro vem se deteriorando, fragmentando; que hoje em dia não se produz mais o “verdadeiro” rock, e que tudo feito atualmente é sem “atitude”. 

Não será apenas saudosismo? Não será apenas nostalgia de pessoas que viveram os áureos tempos em que no país despontava dezenas e mais dezenas de bandas de rock do qual cada uma tinha seu espaço na mídia porque à época o mercado assim funcionava? Não será o caso dessas mesmas pessoas hoje terem dificuldade de assimilar o “novo”? Qual a diferença do rock produzido no Brasil lá nos idos dos anos 80 para o que é produzido hoje?

Primeiramente, se faz necessário analisar a concepção de clássico e averiguar brevemente a história do rock no Brasil. Clássico, segundo o Aurélio, é um adjetivo que entre outras coisas, quer dizer “de melhor qualidade”; “exemplar”. Sendo assim, pode-se afirmar com certeza de que a maioria do que se produziu de rock no Brasil até 1990 se encaixa dentro da concepção de “clássico”.

O rock brasileiro não nasceu nos anos 80, mas teve seu grande “boom” naquela década. Nos anos 60 já havia certa ousadia, e muita coisa que se produzia até então flertava com o rock que se produzia lá fora. Celly Campelo, Roberto Carlos e Erasmo Carlos exibiam em suas canções nuances do rock n’ roll, porém, com características tropicais. O rock brasileiro dava seus primeiros passos.

Nos anos 70 a cena fica mais endiabrada e grupos e artistas como Raul Seixas, Casa das Máquinas, Mutantes, O Terço, dão uma cara “mais rock” às composições, e o Brasil, enfim, começa a ser representado pelo seu próprio rock. Porém, ainda não existia uma “unidade coletiva”, um “movimento organizado”; tudo ainda era muito isolado, e o mercado musical insistia em não reconhecer o rock como grande produto a ser investido comercialmente. O Brasil vivia ainda no auge da ditadura militar, o que evidentemente inibiu o nascimento de algo mais coeso.
No final dos anos 70 o mundo foi arrebatado pelo “movimento punk” da Inglaterra, o que encorajou jovens de todas as classes sociais a assumir uma postura ideológica, e por que não, montar uma banda. No Brasil não foi diferente.

A dificuldade econômica não impedia que discos importados chegassem às lojas brasileiras e que bandas estrangeiras dessem o ar da graça por aqui. Van Halen, Alice Cooper e Queen, foram algumas das primeiras bandas de rock a tocarem no Brasil. O mercado começava a se expandir, e a luta de todos os setores da sociedade pelo fim do regime antidemocrático deu o combustível necessário para a grande explosão do rock brasileiro. A Blitz, de Evandro Mesquita, foi a que abriu as cortinas para todo o movimento que seria conhecido como o “rock oitentista”.

O mercado fonográfico, com o sucesso da Blitz, mais do que rápido arregalou os olhos para a galinha dos ovos de ouro que seria a música rock. Com isso, investiu-se maciçamente no estilo e o que se viu foi uma enxurrada de bandas de todos os seguimentos dentro do rock ‘n’ roll inundando a cena: pop, punk, pós-punk, heavy metal, new wave… Enfim, o rock brasileiro amadurecera e então criava-se um conceito de rock brasileiro do qual todas as bandas procuravam ser melhores do que podiam ser, fossem nos arranjos, fossem nas letras. Existia até uma rivalidade entre elas, muita das vezes, não velada.

A cena roqueira dos anos 80, ao contrário do que existe hoje, não era apenas um monte de bandas tocando. Era sim, como já foi dito, um conceito musical onde cada grupo exibia sua estética peculiar, sua identidade, e às suas maneiras, levantavam suas bandeiras políticas, sociais e amorafetivas. O movimento não era estéril e banalizado, mas sim, consistente e profundo.

Na primeira fila destacavam Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Titãs, RPM, Engenheiros do Hawaii e Ultraje à Rigor. Na segunda e terceira filas estavam aquelas que embora não fossem campeãs de vendas ou de exposição, foram responsáveis por enriquecer ainda mais a cena: Rádio Táxi, Capital Inicial, Ira!, Plebe Rude, Kid Abelha, Lulu Santos, Biquíni Cavadão, Camisa de Vênus, Heróis da Resistência, Uns e Outros, Nenhum de Nós, Hojerizah, Varsóvia, Finis Africae, Léo Jayme, Arte no Escuro, Cabine C, Salário Mínimo, Magazine, Harppia, Golpe de Estado, Metrô, Os Replicantes, Inocentes, Garotos Podres, A Chave do Sol, Inimigos do Rei, Azul Limão, Patrulha do Espaço, Kiko Zambianch, Picassos Falsos, Voluntários da Pátria, Richie, Egotrip, Vzyadoq Moe, Violeta de Outono, Muzak, Escola de Escândalos, Sempre Livre, Sexo Explícito, Ratos de Porão, Zero (já citada nesse artigo) e muitas, muitas mais…


















(Banda Egotrip)


É claro que no mesmo período também surgiram algumas coisas de gosto duvidoso, mas, num contexto geral, com tantos grupos disputando a tapa o tão concorrido espaço, ainda prevaleciam a originalidade, a identidade própria, pois cada banda soava de forma individual, mesmo que as referências musicais de cada uma fossem as mesmas (o rock britânico, por exemplo).

Os anos 90 foram a ressaca. Com a explosão de criatividade, qualidade e quantidade de grupos surgidos na década anterior, era evidente que o mercado estagnaria. Muitas bandas que brilharam nos anos 80 participando até de programas do Faustão, Angélica, Gugu, Xuxa (sim meus caros, essa galera já tinha seus programas há 30 anos…), saíram de campo.

Mas o fogo não havia se apagado completamente. De uma pequena centelha surgiriam ainda grupos com traços de originalidade nos anos 90: Raimundos, Chico Science e Nação Zumbi, Skank, Los Hermanos são algumas.















(Nação Zumbi)



Com a chegada do século XXI, parece que a criatividade e a inteligência hibernaram ou entraram de férias. Ao longo de 10 anos, nenhuma banda nascida nos anos 2000 foi capaz de produzir um disquinho sequer relevante. Algumas bandas até se esforçaram, mas no geral, o que foi feito ao longo de uma década foi medíocre, ordinário, inútil e pueril. Não por acaso, os álbuns que mais se destacaram naquela década foram lançados pelos veteranos dos anos 80. Eis alguns: Surfando Karmas e DNA (2001), Engenheiros do Hawaii; Longo Caminho (2002), Paralamas do Sucesso; Rosas e Vinho Tinto (2002), Capital Inicial; Só quem Sonha Acordado vê o Sol Nascer (2007), Biquíni Cavadão; e os excelentes O Quinto Elemento (2007), Zero; e Canções de Amor e Morte (2007), Uns e Outros. Ou seja, teve que a velha guarda do rock brasileiro entrar em campo pra salvar a década da mediocridade musical.

Mas tamanha infertilidade tem lá sua explicação. Com a democracia mais fortalecida, com a economia ajustada e com melhor distribuição de renda, toda a criação dos anos 2000 fora apenas um reflexo das pretensões e aspirações artísticas de seus criadores. Se não existe mais repressão política e o amor e sexo estão banalizados, contestar e romantizar pra quê? Além do mais, não é preconceituoso dizer que num país iletrado como o Brasil, num país onde Educação não é prioridade, não dá pra esperar nada de relevante em relação à arte. O que temos produzido em todas as esferas musicais do mainstream no Brasil é puro lixo; produto da nossa deseducação e o apreço pela mediocridade.

No livro “A Era do Vazio”, Gilles Lipowetsky faz uma análise profunda da pós-modernidade e o que ele expõe é como a arte em geral está se fragmentando indo cada vez rumo ao vazio. O traço de substância estética e “concreta” que tínhamos ontem, cada vez mais vai se tornando artificial e estéril. Nada dura, nada se retém. Sua consideração faz sentido, afinal, quantas Legião Urbana e quantos Drummond de Andrade se veem surgindo hoje em dia? Ele ainda afirma que o pós-modernismo não passa de um outro nome para designar o declínio moral e estético da nossa era; que os produtos culturais são industrializados, subordinados aos critérios de eficácia e de rentabilidade, ou seja, são feitos unicamente com a finalidade de serem comercializados.

Outro escritor, Simon Reynolds, autor do livro “Retromania” (ainda não lançado no Brasil), esclarece que de tempo em tempo têm-se um “revival” na música, mas que os anos 2000 foram marcados pelo “fiasco” e que chegamos ao “fim da linha” da criação artística.

Já Karl Max disse que tudo é feito para ser desfeito amanhã, despedaçado ou esfarrapado, pulverizado ou dissolvido, a fim de que possa ser reciclado ou substituído na semana seguinte e todo o processo possa seguir adiante, sempre adiante, talvez para sempre, sob formas cada vez mais lucrativas.















(Uns & Outros)

Entrevista Dinho Ouro Preto: 'Há muito talento no rock nacional, mas bandas não atingem o público'


Com o novo trabalho do Capital Inicial, o DVD 'Acústico em NY', nas lojas, cantor Dinho Ouro Preto reflete sobre a situação política, brinca sobre o meme do 'Norvana' e fala sobre o atual mercado da música, dominado pelo sertanejo:











Um registro acústico não é novidade para o Capital Inicial. Em 2000, a banda lançou o "Acústico MTV", que marcou nova fase da carreira do grupo. Agora, volta ao formato desplugado com um DVD gravado em Nova York, no Terminal 5. Mas em vez de preparar um repertório apenas com clássicos, Dinho Ouro Preto e seus companheiros decidiram pôr foco nos últimos trabalhos e mostrar material inédito. O vocalista fala mais sobre a decisão de viajar aos EUA para lançar este novo material.


Como vocês decidiram gravar um DVD em Nova York?
No início, tínhamos duas ideias: gravar em um ambiente claro, ao ar livre, ou em um lugar escuro, mais urbano. Nossa primeira opção era Fernando de Noronha, mas esbarramos em um monte de obstáculos ambientais. Eram regras bem rígidas, que encareciam o projeto. Fomos para o plano B e começamos a pensar em um ambiente urbano. Porra, cara, qual o centro mais urbanoide da Terra, com as maiores multidões e os maiores arranha-céus? Nova York. Começamos a cotar e vimos que o valor não era absurdo. E a maior ironia é que, quando pagamos tudo, o dólar estava barato. Quando finalmente abrimos as bilheterias do show, o dólar estava trabalhando a nosso favor. No fim, custou menos do que se tivéssemos feito algo parecido no Brasil. Sobrou até uma grana para a pós-produção.
O público era formado só por brasileiros ou você viu alguns americanos também?
O grosso era de brasileiros mesmo. Uns 10% saíram do Brasil para ver o show lá. Os outros 90% fazem parte dessa diáspora brasileira, gente que vive em um exílio econômico nos Estados Unidos. Veio gente de todos os Estados. Pessoas da Califórnia, Texas, Flórida estavam lá... E tinha alguns americanos também. Muitos casais. Conheci uma mulher brasileira que casou com um americano e levou o marido para ver o show, por exemplo.
Vocês estão na estrada há bastante tempo. Olhando para o rock brasileiro agora e na época em que vocês começaram, o que mudou para pior? E para melhor?
Sou um militante do rock brasileiro. Vejo qualidade, vejo um monte de bandas que gosto. Vejo o mesmo talento desde quando começamos. Só não vi um novo Renato Russo. Acho que essas bandas têm mais dificuldade em chegar ao grande público. Existe uma barreira, que é essa avalanche monocromática da música sertaneja. Somos um país plural. Aqui se faz de tudo. O pessoal precisa se dar conta da qualidade do nosso rock. Meu conselho a essas bandas é o seguinte: não desistam. Nós passamos por imensas dificuldades. Quando era garoto, pensei em desistir várias vezes. Mas resisti. Então vale a pena resistir, porque vejo muito talento por aí.
Você sempre teve uma postura crítica sobre política. Como você vê a situação atual do país?
Outro dia vi um vídeo em que o ex-senador Eduardo Suplicy foi quase agredido. Achei aquilo um ultraje. Fiquei envergonhado. Não sou petista. Não voto mais no PT. Votei na Marina na última eleição. Mas sou contra essa atitude bipolar. Vejo qualidades e defeitos tanto no PT quanto no PSDB. Sou contra a demonização e a santificação tanto de um quanto de outro. Penso que o PSDB poderia trazer mais estabilidade para a moeda, e o PT tem uma consciência social maior. Mesmo sendo contra essa fome de poder do PT, contra essa ganância, acho injusto a criminalização do partido. Gostaria também de ver políticos que pensem mais na sustentabilidade, que tenham uma consciência ecológica maior. Por isso sou a favor da alternância do poder.
Em 2013, você publicou um tuíte sobre o Nirvana, mas escreveu 'Norvana', e ele acabou viralizando. Você leva o episódio na brincadeira ou fica chateado com a reação?
Aquilo foi um erro de digitação. Volta e meia eu erro. Eu levo na esportiva. Na verdade, não estou nem aí. Podem zoar.

Empoderamento feminino no punk foi tema de evento realizado no Rio de Janeiro


por Lary Durante do Nada Pop
Fotos: Luiza Alves e Priscilla Monteiro



No 8 de novembro, ocorreu em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, um evento organizado e totalmente protagonizado por mulheres titulado de “AH QUE ISSO ELAS ESTÃO EMPODERADAS!”, produzido pelo coletivo feminista chamado Tiamät.







Tive o prazer de comparecer, e tocar nesse evento lindo, então resolvi compartilhar com vocês essa experiência, tudo o que vi e senti naquele momento tão especial de empoderamento feminino. Nos olhos de cada garota do coletivo ficou explicito a alegria e o prazer de estar produzindo o evento, tudo foi construído com muito amor, união e com uma riqueza de detalhes impressionante, cada cartaz feito manualmente, cada objeto de decoração, tudo minuciosamente pensado.
Correria, união, todas se ajudando para decorar, arrumar, e organizar tudo em tempo hábil para início das atividades e tcharam! Tudo pronto, tudo lindo, e as pessoas começavam a chegar, circulando pelo pico, a cada minuto mais mulheres chegando e então se deu o inicio as atividades pontualmente às 15h. Todas reunidas em uma sala para iniciar o debate que trouxe o tema “Protagonismo Feminino na Cena Punk”, e esse para mim foi o ápice desse evento. Entre risadas, choro, emoção, seriedade e arrepios, cada declaração, cada levantamento, cada pontuação foram recebidos com olhares curiosos e ouvidos bem atentos por todas as presentes.
Senti que cada declaração soou como um tapa na cara, ou até mesmo uma porrada no estômago daquelas de faltar o ar, senti vontade de levantar e abraçar aquelas mulheres depois que tive conhecimento e ouvi aquelas histórias de superação. Mulheres que sofreram abuso, violência e estavam lá, em pé e de cabeça erguida, firmes e fortes, dispostas a ajudar outras mulheres. Dispostas a empoderar, dar voz e força a aquelas que não conseguem por “n” motivos se livrar, expor aquilo que muitas vezes as fizeram chorar escondido.
De fato, isso tocou em uma ferida aberta, e também mostrou a cada uma delas que elas não estão sozinhas nessa luta contra o machismo e a opressão, parece clichê, mas não minha amiga, não é! “Forte e grande é você!”. Sai dali com as energias renovadas, como se tivesse tirado um peso de 100 toneladas das costas.
Em seguida, apresentou-se a banda Ostra Brains (RJ), agitando a galera com seu punk rock ácido. A voz marcante e rasgada da vocalista Amanda Hawk misturou- se com os riffs e grooves muito bem executados, resultando em uma apresentação energizante! A sonoridade me lembrou duas bandas que eu gosto muito: L7 e Vice Squad.
Na sequência tocou a banda Ratas Rabiosas (SP), e dessa eu sou suspeita pra falar. Então sem mais delongas, o show foi papo reto.
Entre uma apresentação e outra rolava muito som e agitação com a DJ Carol Oliveira, com sua alegria e simplicidade colocou todo mundo pra dançar. As exposições de artes ficaram por conta da Luana Beez e Camila Novelo, que não estava na programação, mas chegou chegando, do jeito que tem que ser, ambas nos apresentaram trabalhos de excelente qualidade, que chamou a atenção do publico presente.
Alem de zines e materiais independentes, também rolou um bazar com roupas, sapatos e acessórios lindos a preço justo, também contamos com a presença das meninas do Maracujá Roxa e Cabeça Tédio, que expuseram seus materiais lindamente.
Após o show da Ratas Rabiosas, rolou uma palestra muito interessante sobre Veganismo Popular, com a Lauren Baqueiro, que de maneira simples nos mostrou que é possível fazer um rango vegano delicioso em casa. Aliás, toda a alimentação do evento foi vegana, e cá prá nós, estava tudo muuuito delicioso!
E para fechar com chave de ouro, rolou o show da banda Framboesas Radioativas (SP), um power trio feminino riot grrrl que fez uma apresentação incrível, de qualidade musical e atitude incontestável.
E assim foi, casa cheia, energia positiva, respeito, amizade, cumplicidade e acima de tudo empoderamento feminino! Mulher negra, branca, amarela, mestiça, gorda, magra, alta, baixa, cabelo longo, curto, crespo, liso, mulher nova, madura, mulher com mulher, mulher por mulher!
Esse evento só ressaltou o que todas nós já sabíamos… Juntas somos mais fortes! Bem mais fortes.





Nação Daltônica: ‘Música sem substância é um reflexo da falta de leitura do povo’


Entrevista Philippe Seabra:

















Líder da Plebe Rude, uma das bandas mais influentes do rock nacional, o vocalista e guitarrista Philippe Seabra, 48, é uma das principais vozes de um período da música brasileira que produziu nomes como Legião Urbana e Inocentes. Com um novo disco de estúdio, “Nação Daltônica”, o primeiro em quase nove anos, Seabra fala sobre a Plebe, a situação atual da música no Brasil e a falta de perspectiva em um mercado dominado por artistas e canções descartáveis.




“Nação Daltônica” é o primeiro disco de estúdio desde 2006. Por que tanto tempo entre os dois lançamentos? 

A Plebe Rude sempre faz muita coisa, mas nem sempre isso aparece. Em 2011, lançamos o DVD “Rachando Concreto Ao Vivo”, que foi indicado ao GrammyLatino, e passamos por lugares em que nunca tínhamos tocado antes, como Manaus. Estive envolvido também em três filmes: “Somos Tão Jovens”, o documentário “Rock Brasília” e “Faroeste Caboclo”. Além disso, produzo outros artistas.

Você surgiram quando várias bandas de rock nacional tocavam nas rádios. Agora, o rock sumiu das rádios, que tocam pop e sertanejo. Como você vê essa mudança? 

A Plebe Rude surgiu em 1981. Nessa época, não havia muitas coisas com as quais os jovens podiam se identificar. Não tinha música jovem tocando na rádio. A década de 1990 foi o momento em que o videoclipe se consolidou. E surgiram os artistas com mais senso estético do que propriedade. E isso foi muito nocivo, porque as grandes gravadoras deixaram de apostar em artistas novos. Hoje, estamos vendo o fenômeno do cover. Pessoas saem de casa para ver bandas cover. Mas elas se esquecem de que essas músicas já foram desconhecidas um dia. Estou envolvido em uma batalha com casas noturnas para que elas deem chance a novos artistas. Como produtor, vejo bandas muito boas. Mas me dói saber que pouquíssimas terão espaço. Uma banda depender de reality shows, ou de concursos, para aparecer é muito triste. Fico me perguntando se hoje alguém daria uma chance para Renato Russo, um cara de óculos, meio esquisito. Não tenho nada contra o pop, que é um mal necessário. Não é como o funk ostentação, que você ouve e sabe que chegou ao fundo do poço. Mas antigamente havia um contraponto à música pop. Hoje, não. E essa música sem substância é um reflexo da falta de leitura da população, que cresceu vendo programas pobres de TV. O brasileiro quer tudo mastigado. Acabou ficando acostumado com porcaria. Será que quando surgir algo realmente bom, ele vai conseguir identificar? Eu sinto saudade da pureza da música, algo que faz falta no mainstream, hoje.

O disco saiu em um momento de grande agitação política. O lançamento nesse período foi proposital? 

Brincamos dizendo que o Brasil finalmente alcançou a gente. Não somos oportunistas. Não vamos dizer que nos inspiramos nas manifestações. Isso tudo é entretenimento, ver artistas se reinventando como blogueiros polêmicos. Nós podemos olhar para trás e dormir com a consciência tranquila. Claro que isso vem com uma certa responsabilidade. Hoje, vemos governadores que são fãs da Plebe, gente com poder de decisão que cresceu ouvindo nosso som. Espero que eles possam manter esse discernimento. É isso que a gente espera como cidadão. Nossa obra continua relevante, mas só agora o Brasil está acordando. Como a internet mudou sua maneira de trabalhar? A promessa da internet não se cumpriu, não nivelou o campo. É uma ferramenta imprescindível, que ajuda no trabalho de base, de conquista dos fãs. Eu não uso “auto-tune”, porque cria algo falso. É triste quando a banda não corresponde ao vivo. E vemos muitos artistas que não estão prontos para aparecer. Vejo bandas de pop meio genérico, indefinível. Como trabalhar uma fama insossa, instantânea? É um pouco triste o que está acontecendo com o rock.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Por que as pessoas se incomodam tanto com os Los Hermanos?

por Matias




Estamos em mais um “momento Los Hermanos'', aquela época imprecisa em que Camelo, Amarante, Bruno e Barba se reúnem para lembrar sua curta discografia frente a milhares de devotos apaixonados em diferentes cidades pelo Brasil. E sempre neste momento surgem aqueles dispostos a esbravejar contra a existência da banda, como se quatro cariocas fazendo um som fossem ameaçar a vida de alguém.
É impressionante como as pessoas se incomodam com tudo – não apenas com os Los Hermanos -, quando a única coisa que eles precisam fazer é não dar atenção para o que lhes incomoda. É tão simples. Mas preferem esbravejar contra tudo e todos: o último capítulo do seriado que todos assistem, o filme mais esperado, o sucesso sertanejo da vez, o show transmitido pela televisão, E isso, como qualquer coisa hoje em dia, é amplificado pela internet. Não bastasse a grita do maniqueísmo ideológico desta década, que reduz tudo a prós e contras, “o meu time contra o seu time'', e a histeria em torno de qualquer assunto banal, ainda temos que aguentar resmungões que desatinam textos enormes contra modismos e paixões apenas para juntar likes e reunir outros reclamões nas caixas de comentários para repetir variações de “é isso aí!''.
Pois o grupo carioca surgiu justamente como uma antítese a esse pensamento de manada. Lá no fim dos anos 90, quando ainda era um sexteto de rock que tocava para meia dúzia de gatos pingados no Rio de Janeiro, eles tinham tudo para dar errado: eram uma banda de rock numa cidade cuja cena de rock se desfazia, cantando letras românticas sobre bases hardcore, tentando achar um meio termo entre Weezer, Mr. Bungle e Nelson Cavaquinho, olhando para o mangue beat como inspiração para recriar uma música carioca que fosse ao mesmo tempo moderna e reverenciasse as tradições da cidade. Eles tinham um saxofonista na formação! Enquanto o Rio de Janeiro reinventava-se à base de funk carioca, Fausto Fawcett e Fernanda Abreu, deixando para trás todo o bucolismo praiano da bossa nova, os Hermanos tentavam achar um fio da meada entre o apartamento de Nara Leão e o selo indie Midsummer Madness, entre o início das escolas de samba e o então decadente carnaval de rua da cidade.
Ninguém apostaria que a banda daria certo – tirando eles mesmos. E aquela convicção começou a arregimentar curiosos, que aos poucos viravam fãs e começavam a espalhar a notícia no boca a boca. Logo seus shows começavam a encher a ponto de chamar atenção das gravadoras, que ainda não tinham sucumbido à era do MP3. O grupo lançou seu primeiro disco em 1999 após criar expectativas com duas fitas demo e conseguiu alguma repercussão logo de saída. Mas foi a simplicidade Jovem Guarda de uma das músicas menos cotadas do disco de estreia (“Anna Julia'', claro) que pegou outros artistas de jeito e a música logo era sucesso no repertório dos trios elétricos baianos que, começando a viver mais uma crise sazonal da axé music, se ancoraram no hit carioca para bombar o primeiro carnaval dos anos 2000.
Qualquer outra banda surfaria naquela onda de sucesso, mas os Hermanos não estavam querendo só fazer sucesso. A banda havia sido formada para fugir da mesmice e agora via-se pautando a própria mesmice da vez. A principio tirou a música do repertório dos shows, mas o sucesso acendeu a luz amarela para a banda e eles se retiraram em um sítio para compor o novo disco – preocupados em não virar caricaturas de si mesmos.





E lançaram três discos que mudaram a cara do pop nacional. Se você acha que o cenário musical brasileiro se afunila na versão hi-fi do funk carioca e no sertanejo que aprendeu o modus operandi da axé music (isso é sinal que você está ouvindo rádio demais e assistindo muita TV), saiba que este cenário seria bem mais agressivo caso os quatro cariocas não tivessem fugido do sucesso e criado o oásis para seus fãs composto por O Bloco do Eu Sozinho (2001), Ventura (2003) e 4 (2005). Foi essa trilogia de discos que preparou o terreno para que artistas como Céu, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Tiê entre outros, pudessem florescer, reunindo diferentes linhas de frente da nova música brasileira, como a geração pernambucana pós-mangue beat, o rock gaúcho e o rap menos gangsta. Até o lado mais experimental desta cena foi contemplado, quando grupos como Hurtmold e Cidadão Instigado foram convidados para abrir os shows da banda. Se o Los Hermanos não tivesse se voltado para o samba, para uma tradição brasileira e para o que eles realmente queriam fazer, o pouco que haveria sobrado do rock nacional seria um misto de viúva dos anos 80 com um arremedo dos anos 90, uma mistura de Capital Inicial com Charlie Brown Jr. com saudades da MTV Brasil.
Mas essa separação de gêneros musicais é secundária. O grande legado do grupo foi ter criado seu próprio canto, seu porto seguro musical inclusive do ponto de vista da sobrevivência comercial da banda – ela não precisa mais estar na ativa, lançar discos todos os anos ou entrar em turnês constantes para pagar as contas. Cada um deles segue sua vida fazendo o que quer até a hora em que se juntam para reencontrar os fãs – sem nunca ter que terminar com a banda nem perder a amizade. Eles não voltam a tocar no rádio e não precisam aparecer na TV – continuam fazendo o que querem, para alegria de seus fãs. Podem até, se quiser, gravar um disco de inéditas – carta na manga que devem estar guardando para o momento exato. Mas mostram que não precisam estar na crista da onda o tempo todo, insistindo em aparecer, em todos os lugares, entupindo nossa visão com músicas e imagens.
Quem faz isso são seus fãs. E se você não gosta nem do grupo nem de seus fãs, talvez possa aproveitar ao menos uma lição deixada pelo grupo: deixa pra lá.

Hard Cuore – Um coração duro na queda


Marco Aurélio Mendes da Silva, O "Bacalhau", como é conhecido no meio artístico, nasceu em Brasília, no dia 27 de Junho de 1971. Aos 17 anos, formou sua 1ª banda de rock, a Little Quail & The Mad Birds (Formada em 1988, com os amigos de colégio, Rafael Thomaz, guitarra e voz e Zé Ovo, no baixo e back vocals. Com dois discos gravados).
Sua segunda banda foi o Rumbora (Formada em 1997, também em Brasília, com os amigos Alf, Guitarra e voz; Biu, guitarra e vocais e Beto, no baixo. Com três discos gravados - O último com Leandro, substituto de Bacalhau, na batera - e várias participações em coletâneas. Gravou com Herbert Vianna, DeFalla, Gabriel o Pensador, Domênico +2, na trilha sonora do livro e peça de teatro infantil, "Eu e meu Guarda-Chuva" (composta pelo Titã Branco Mello e pelo Cabine C. Ciro Pessoa) e, pra resumir, Tocou com a banda inglesa "The Mission" em São Paulo e Recife (Substituindo o baterista Scott Garrett na tournée de 2000), e no programa Altas Horas, de Serginho Groisman até entrar para a banda paulistana Ultraje a Rigor em 2002.

















Bacalhau conheceu Layana ainda nos anos '80, quando frequentava sua casa devido ao fato de ter tocado com seu irmão, Gabriel Thomaz (Little Quail/Autoramas) e acompanha sua luta há bastante tempo. Após ver a enorme mobilização das pessoas, por meio daquele post publicado pela mãe dela, ele propôs a criação de um show beneficente, chamado de HARD “CUORE” – Um coração duro na queda.
“Assim que soube da corrente na internet para arrecadação de fundos para o tratamento e soube que ela precisava arrecadar 160 mil reais, fiquei muito chateado com toda a história, por ela estar passando por esse problema de novo e pela dificuldade em levantar um valor tão alto. Senti que deveria fazer alguma coisa pra ajudar e tive a ideia do show. Liguei pra ela pra ver o que achava e depois da aprovação dela, comecei a ligar. Ligava para as pessoas na fé de que elas iriam se sensibilizar, se colocar no lugar dela, se dispondo em ajudar”, disse Bacalhau.

Layana Thomaz, nome conhecido do circuito fashion carioca e brasileiro é estilista que chegou a desfilar suas criações no Fashion Rio e hoje comanda ALOJA, um projeto itinerante que roda o país desde 2012, luta pela vida desde o nascimento. Portadora de um problema congênito, ela já passou por três cirurgias e para evitar uma quarta, precisa iniciar urgente um tratamento orçado em R$ 160.000,00. A cada semana sem o tratamento, o coração fica mais fraco.
O evento, inicialmente marcado para o dia 22 de outubro na Audio Club, foi remarcado para para 12 de novembro (quinta-feira) as 22h00 no Beco 203, Rua Augusta, 609 em São Paulo, por conta do choque de agendas dos músicos participantes. A Ticket 360, que era a responsável pelos ingressos, está realizando o estorno das entradas compradas via cartão de crédito e a devolução do dinheiro na bilheteria da Audio, para quem já estava com os convites em mãos. Os novos ingressos serão vendidos no mesmo valor, pela empresa Sympla.


Grandes nomes do rock nacional estão se unindo para esse evento liderado pelo baterista Bacalhau, entre eles; Bi Ribeiro (Paralamas), Edgard Scandurra (Ira!), Marcelo Nova (Camisa de Vênus), Ultraje à Rigor, NX Zero, Scalene, Cachorro Grande, Gabriel Thomaz, Érika Martins e Fred Castro (Autoramas), Marcão (Charlie Brown/Bula), Badauí (CPM 22), Lucas (Fresno), entre outros, estarão presentes no show beneficente “Hard Cuore – Um coração duro na queda”.



Para ajudar, basta ir ao evento ou depositar qualquer quantia na seguinte conta:
Banco do Brasil
Agência: 2887-8
CC: 20994-5
CPF. 074.991.807-19
Titular da conta: Layana Thomaz Nunes


















Serviço:
Hard Cuore – Um coração duro na queda
Data: 12 de novembro (quinta-feira)
Horário: 22Hoo
Local: Beco 203
Endereço: Rua Augusta, 609 – São Paulo/SP
Preço: R$ 50,00 (meia entrada para qualquer pessoa que doar 1 KG de alimento não perecível)


Ingressos: